A Hypera Pharma (HYPE3) apresentou resultados financeiros do primeiro trimestre de 2025 (1T25), reportando um prejuízo ajustado por ação (EPS) de R$ 0,20. Esse resultado é significativamente inferior aos R$ 0,60 registrados no mesmo período do ano anterior, mas ficou acima das previsões de perda de R$ 0,30 estipulada pelo JPMorgan e de R$ 0,35 pelo consenso do mercado, impulsionado por uma redução nas despesas financeiras e ganhos tributários inesperados. Às 11h20, no horário de Brasília, as ações da empresa subiam 7,23%, cotadas a R$ 22,50, após uma abertura em queda que chegou a R$ 22,51.
De acordo com análises do JPMorgan, o desempenho aquém do esperado já era amplamente antecipado, considerando o ajuste em curso nos estoques de venda e a estratégia de otimização do capital de giro, fatores que continuam a pressionar a receita e a alavancagem operacional da empresa. Os analistas acreditam que, com o foco no progresso dessas iniciativas, mencionado no relatório financeiro, a conclusão do processo deverá ocorrer antes do esperado, no início do segundo trimestre.
Apesar das dificuldades financeiras, a Hypera continuou a registrar fluxo de caixa positivo, alcançando R$ 127 milhões no 1T25 e acumulando R$ 460 milhões nos últimos 12 meses. Essa condição é considerada favorável pelos analistas do JPMorgan, que sustentam que as melhorias na normalização do capital de giro serão bem vistas pelo mercado. A ação da Hypera é avaliada em 11 vezes o lucro estimado para 2025, e 7 vezes para 2026, levando o banco a reiterar a recomendação de “Overweight” (acima da média do mercado) com um preço-alvo de R$ 28.
Os resultados da Hypera no 1T25 foram considerados fracos, mas alinhados às projeções do Bradesco BBI, que indicaram um EBITDA 3% superior e um lucro líquido 24% acima do esperado, em parte devido a despesas financeiras reduzidas e uma alíquota de imposto de renda mais baixa. A receita da empresa caiu 41% em relação ao ano anterior, resultando em uma margem EBITDA negativa de 14%. O Bradesco BBI manteve uma recomendação neutra para HYPE3, considerando o valuation atual com um limitado potencial de valorização de 19%, fixando o preço-alvo em R$ 25.
O time de análise do BBI destaca a importância da recuperação nas vendas e da normalização da margem EBITDA, especialmente em meio a um cenário de redução nos preços dos genéricos e aumento nas despesas de marketing. Para a XP Investimentos, os resultados foram mistos, com pressão significativa na receita e EBITDA negativo, mas ressaltando uma geração sólida de fluxo de caixa livre decorrente do processo de otimização do capital de giro. O ajuste na margem EBITDA foi negativo, passando de 34% no 1T24 para -12,3% em 1T25, impactado por menor alavancagem operacional e aumento nas despesas de vendas.
O Itaú BBA também observou que a Hypera continua a enfrentar desafios devido à otimização de sua estratégia de capital de giro. A queda de 41% na receita anual foi evidenciada e a empresa está focada em reduzir seus níveis de estoque. A meta de 60 dias para contas a receber foi atingida em abril, um sinal positivo em sua estratégia de geração de caixa. O BBA manteve uma recomendação neutra e preço-alvo de R$ 21.
Relatórios do Goldman Sachs corroboraram as observações sobre o desempenho fraco no trimestre, com um mix de produtos desfavorável sendo um fator relevante para a queda da margem EBITDA. A receita líquida da Hypera também apresentou uma redução de 41% em relação ao ano anterior, refletindo o progresso em sua estratégia de capital de giro. O Goldman Sachs manteve uma recomendação neutra com um preço-alvo de R$ 22.
O Morgan Stanley, por sua vez, não prevê reações contundentes aos resultados, visto que o 1T25 foi mais um período de ajuste esperado. Entretanto, o crescimento lento das vendas e o aumento das despesas com marketing podem suscitar reações adversas, questionando a continuidade dessas tendências nos trimestres subsequentes.