O banco de investimentos Morgan Stanley reavaliou as ações da RD (RADL3), reduzindo sua recomendação de overweight (exposição acima da média do mercado) para equal-weight (exposição em linha com o mercado). Além disso, o preço-alvo para os papéis foi ajustado de R$ 30,00 para R$ 20,00.
Segundo os analistas, a farmacêutica enfrentará um 2025 desafiador, marcado por um crescimento limitado nos preços e pressões nas margens operacionais. A expectativa é de que o lucro líquido da companhia diminua, o que reduz o potencial de valorização das ações no médio prazo.
Ainda que o cenário seja contido a curto prazo, o Morgan Stanley enxerga oportunidades na estratégia de longo prazo da RD. Entretanto, destaca a necessidade de sinais mais claros de recuperação nas margens e fatores positivos que justifiquem uma reavaliação mais otimista.
A alteração no preço-alvo foi impulsionada pelo aumento no custo de capital (Ke), que passou de 13,3% para 15,5%, reflexo do aumento do risco-país. A maioria do valor de mercado projetado para as ações reside no valor terminal, o que torna essa mudança significativa, resultando em uma queda de aproximadamente R$ 8 por ação. Além disso, a expectativa de crescimento mais lento da margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações sobre a receita líquida) também influenciou essa revisão.
Projeções para o Setor Farmacêutico
O Morgan Stanley permanece otimista quanto à capacidade da RD Saúde de consolidar o varejo farmacêutico no Brasil. Os analistas projetam a abertura de 340 lojas brutas anualmente até 2032, com uma abertura líquida de 316 lojas por ano, o que ajudaria a sustentar um aumento de market share, com expectativa de alcançar 21% até 2030.
Entretanto, a expectativa de um crescimento mais modesto é corroborada por ajustes regulatórios mais fracos da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) para 2025, reduzindo a previsão de crescimento para 14,1%. O banco ainda mantém uma expectativa de receita superior ao consenso do mercado, considerando a RD como a empresa mais bem posicionada para liderar a consolidação do setor, impulsionada pelo envelhecimento da população e aumento da demanda por medicamentos.
Para investidores com horizonte de longo prazo, a instituição sugere que pode haver uma oportunidade atrativa de entrada, mas diante do elevado custo de oportunidade e da falta de catalisadores no curto prazo, recomenda aguardar por melhores condições ao longo de 2025, buscando sinais de melhora nas margens.
Alternativas de Investimento
Para investidores interessados em aumentar sua exposição ao setor farmacêutico, o Morgan Stanley aponta a Hypera (HYPE3) como uma opção mais descontada e que, após ajustes no capital de giro no 1º trimestre de 2025, deve retomar a recuperação de lucros.
Outra recomendação é a Rede D’Or (RDOR3), considerada a principal escolha do banco, que apresenta uma tese de crescimento sólida, múltiplos mais razoáveis e perspectivas otimistas para 2025, com aumento de leitos operacionais e expansão do lucro da SulAmérica.