O JPMorgan ajustou sua recomendação para as ações da Caixa Seguridade (CXSE3), reduzindo de “overweight” (compra) para neutra. O preço-alvo permanece em R$ 18, representando um potencial de valorização de 7,6% em relação ao preço de fechamento de segunda-feira, 28 de agosto.
A Caixa Seguridade, embora considerada um modelo de negócios “premium” pelo JPMorgan, teve um retorno total de 20% em 2023, superando o Ibovespa, que subiu 12% no mesmo período. Isso leva a um cenário de valorização limitada daqui em diante.
O banco destaca alguns fatores que influenciam essa decisão:
- O ambiente de taxas de juros se tornou mais dovish, com a Selic prevista em 14,75%, inferior aos 17% estimados para dezembro de 2024. Seguradoras geralmente se beneficiam menos desse tipo de movimento.
- O mercado de empréstimos consignados apresentou uma queda de 8% em relação ao ano anterior, dificultando a venda de seguros de vida prestamista.
- As expectativas de ganhos de combinação de seguros em produtos de folha de pagamento privada não devem ser significativos.
- Persistem preocupações com a perda de participação de mercado da Caixa Seguridade nos últimos cinco anos.
A avaliação atual coloca o múltiplo preço sobre lucro (P/L) da CXSE3 em 11,6 vezes. Dentro do setor de seguradoras, o JPMorgan prefere a Porto (PSSA3), com um múltiplo de 8,5 vezes.
Além das seguradoras, entre as empresas financeiras, o banco expressa preferência por Itaú (ITUB4), NU (ROXO34), Inter (INTR32), XP (XPBR31) e Stone (STOC31).
Para o primeiro trimestre de 2025, o JPMorgan projeta um crescimento geral de 16% no lucro por ação ajustado para as empresas não bancárias sob sua cobertura. A reprecificação deverá manter as taxas de captação bruta, apesar de uma desaceleração no Volume Total de Pagamentos (TPV), indicada por dados do Banco Central.
Conforme relatório da SUSEP, a receita das seguradoras do setor de bancassurance, sobretudo no seguro de vida, permanece fraca. Em contrapartida, a Porto se destacou no desempenho de prêmios de automóveis, apesar de enfrentar piora na sinistralidade.