O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, afirmou na última quinta-feira, 24 de agosto, que os efeitos do novo programa de crédito consignado para trabalhadores do setor privado ainda não estão refletidos nas projeções oficiais de crescimento do PIB. A declaração foi feita durante um evento da XP em Washington, paralelo à reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI).
“Há muita incerteza sobre o timing e a magnitude da medida”, destacou Guillen. Ele explicou que a autoridade monetária está atenta aos dados em tempo real, mas enfrenta desafios para medir o impacto direto do programa, considerando que a oferta de crédito consignado já é consolidada no Brasil.
Atualmente, a expectativa do Banco Central é que o crescimento do PIB seja reduzido de 3,4% para 1,9% entre 2023 e 2024, conforme indicam os dados do último Relatório de Inflação.
Guillen também mencionou estudos de caso baseados em dados de 2021, que sugerem que programas similares podem levar a um aumento no crédito. No entanto, ele salientou que ainda é prematuro afirmar que o novo crédito consignado terá efeitos equivalentes.
De acordo com um relatório divulgado pela XP na semana passada, o novo programa poderá adicionar até 0,6 ponto percentual ao PIB anualizado, com impacto financeiro estimado em R$ 70 bilhões.
Além disso, o governo federal anunciou que, até esta semana, já havia concedido mais de R$ 7 bilhões em empréstimos a trabalhadores com carteira assinada através do programa. A partir de sexta-feira, 25 de agosto, o crédito consignado CLT estará disponível nos canais digitais dos bancos credenciados.