Os Estados Unidos e a União Europeia ainda enfrentam desafios significativos para estabelecer um acordo que evite a imposição de tarifas recíprocas entre seus produtos. A declaração foi feita pelo Comissário Econômico da UE, Valdis Dombrovskis, na sexta-feira (25), durante reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington.
Desde março, os EUA impuseram tarifas de 25% sobre automóveis, aço e alumínio provenientes do bloco europeu, além de uma alíquota adicional de 20% sobre outros produtos da UE, implementada em abril. Recentemente, essa alíquota foi reduzida pela metade, com um prazo até 8 de julho estabelecido para negociações que visam um acordo tarifário mais abrangente.
Em resposta, a União Europeia suspendeu suas próprias tarifas sobre alguns produtos dos Estados Unidos e apresentou uma proposta de tarifas zero para todos os produtos industriais de ambas as partes. Contudo, Dombrovskis apontou que essa oferta não despertou grande interesse entre os americanos.
“Há muito trabalho pela frente para chegarmos a parâmetros, elementos e áreas de cooperação mais concretos que nos permitam evitar a implementação de tarifas,” enfatizou Dombrovskis.
Os Estados Unidos consideram o imposto sobre valor agregado (IVA) da UE uma barreira comercial não tarifária. Dombrovskis, no entanto, afirmou que o bloco europeu não vê o IVA como um obstáculo ao comércio e rejeita a ideia de incluí-lo nas discussões. “O imposto sobre valor agregado é um imposto sobre o consumo, similar aos impostos sobre vendas aplicáveis nos Estados Unidos,” destacou.
Ele também reiterou que o IVA é vital para a receita orçamentária de governos europeus e do próprio orçamento da UE, não sendo, portanto, um tema para a agenda comercial atual.
Dombrovskis também levantou preocupações sobre a possibilidade de que, após a imposição de tarifas de 145% sobre produtos chineses, a China redirecione seus produtos para os mercados da União Europeia. “Não recebemos detalhes específicos sobre planos ou medidas concretas que poderiam ser adotadas pela China para evitar essa inundação do mercado europeu,” disse ele, ressaltando que a UE tomará as devidas medidas de proteção caso os produtos chineses representem uma ameaça.
Caso ocorra uma interrupção no mercado europeu, a União Europeia está preparada para implementar contramedidas necessárias, a fim de proteger suas empresas e empregos.